Este estudo usa dados de 1007 adolescentes do Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o HIV e SIDA em Moçambique 2009 e de 2796 jovens mulheres e 996 jovens homens, do Inquérito Demográfico e de Saúde em Moçambique de 2011 para estimar, através da Regressão Logística, os factores associados ao estigma do HIV e SIDA entre estes grupos e, examina a relação entre o estigma do HIV e SIDA e a testagem do HIV entre os jovens. Constatou-se que, entre os adolescentes, possuir mais anos de educação, residir nas áreas urbanas e ter ouvido programas de combate ao HIV e SIDA reduz o estigma de HIV e SIDA.
Para as jovens, possuir mais anos de educação, elevado estatuto de ocupação profissional, ser de um agregado familiar com mais riqueza, residir nas áreas urbanas e alguma vez ter feito um teste de HIV está negativamente associado ao estigma do HIV e SIDA. Embora as constatações sobre os jovens sejam muitas vezes similares às sobre as jovens, o estatuto de ocupação profissional não tem uma associação significativa com o estigma do HIV e SIDA entre os jovens. Sobre o estigma do HIV e SIDA e a testagem da infecção pelo HIV constatou-se que, ter algum estigma do HIV e SIDA reduz significativamente a probabilidade de fazer um teste de HIV em 42% para as jovens e em 51% para os jovens. As constatações neste estudo sugerem que, nos esforços de combate ao estigma do HIV e SIDA, dever-se-ia dar mais atenção aos grupos menos favorecidos, quer sejam os menos escolarizados, os residentes nas áreas rurais ou os das famílias pobres. Este estudo também sugere que combater o estigma do HIV e SIDA pode ser favorável a testagem do HIV entre as jovens e os jovens em Moçambique.